“Reforma trabalhista jogou CLT na lata do lixo”, diz médico e deputado Dr. Sinval Malheiros
Durante a votação na Câmara Federal, Malheiros criticou a proposta que retira mais de 100 direitos trabalhistas
O médico e deputado federal, Dr. Sinval Malheiros (Podemos-SP), votou contra o Projeto de Lei (PL) 6.787/16, que trata da “reforma trabalhista”. A propositura, aprovada na Câmara dos Deputados por 296 votos a favor e 177 votos contra, altera mais de 100 pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). “Infelizmente, a reforma trabalhista jogou a CLT na lata do lixo”, lamentou Malheiros, que dedicou os últimos 40 anos de sua vida às parcelas mais humildes da população.
Durante a votação, Malheiros criticou a proposta que retira direitos trabalhistas. Sobre o argumento usado pela base governista de que a CLT engessa a contratação de empregados e que as alterações na legislação ajudarão na geração de empregos, o parlamentar foi categórico: “O Brasil já atingiu o pleno emprego com as mesmas leis. O que gera desemprego é a crise econômica, o que não se resolve mudando leis que substituem os direitos trabalhistas”, afirma.
A sessão que aprovou a reforma foi aberta de quarta-feira (26), se estendeu até a madrugada de hoje (27), com o final da votação do mérito. “Também sou contra votações que avancem pela madrugada, pois tira da população brasileira a possibilidade de acompanhar o posicionamento dos deputados. Inclusive, já apresentei projeto de lei proibindo sessões após as 24 horas, ou seja, com o objetivo de por fim à chamada ‘calada da noite’”, acrescenta Malheiros.
Saiba mais - A reforma trabalhista, se aprovada agora no Senado, determina que o que for negociado entre patrões e empregados prevalecerá sobre a legislação e dificultará o acesso dos servidores à Justiça do Trabalho. O texto cria uma jornada intermitente de serviço, regulariza ohome officee exclui os sindicatos das homologações de demissões, entre outros tópicos.
“A aprovação do texto precariza as relações de trabalho, por isso votei não à reforma e sim ao trabalhador brasileiro”, ressalta Malheiros. “Faço minhas as palavras do juiz do trabalho e professor livre-docente da Faculdade de Direito da USP, Jorge Luiz Souto Maior: “Não se trata de uma reforma, mas de uma alteração profunda no modo de produção, nas relações de trabalho e na vida nacional como um todo e tudo sem o mínimo respeito ao processo democrático”, conclui.